Justiça volta a negar habeas corpus a suspeito de mandar matar ex-prefeito Gedeon Barros

  • 27/03/2024
(Foto: Reprodução)
Agora réus, suspeitos foram denunciados por homicídio triplamente qualificado por motivo torpe e com recurso que dificultou defesa da vítima. Gedeon Barros foi executado a tiros na manhã do dia 20 de maio de 2021, no bairro Santa Inês, no Segundo Distrito de Rio Branco. Carmelio da Silva Bezerra se tornou réu por homicídio triplamente qualificado e por coação Arquivo pessoal A defesa de Carmélio da Silva Bezerra, suspeito de mandar matar o ex-prefeito Gedeon Barros, teve mais um pedido de liberdade negado pela Justiça do Acre. Dessa vez, um pedido de habeas corpus foi negado pela Câmara Criminal que considerou que a prisão dele preenche todos os requisitos. “Não há que se falar em revogação da medida cautelar ou concessão de liberdade provisória, sendo que no caso em análise, é perfeitamente adequada a manutenção da segregação cautelar do Paciente”. LEIA MAIS: Polícia diz que já identificou um suspeito e pediu mais 90 dias para fechar inquérito Ex-prefeito de cidade do Acre morto a tiros sofria ameaças, diz polícia Após quase dois meses, polícia ainda não prendeu suspeitos de morte de ex-prefeito no AC: 'crime complexo' Após três meses, família segue sem respostas da execução de ex-prefeito de cidade no AC: 'angústia' Quem matou Gedeon? Execução de ex-prefeito de cidade do Acre segue sem solução após dois anos Bezerra é um dos suspeitos presos desde o dia 20 de dezembro após operação da Polícia Civil. Além dele, foi preso Liomar de Jesus Mariano, conhecido como Mazinho Mariano, ex-secretário de esportes do município e candidato a vice na chapa de Barros em 2020. Em 18 de janeiro, a Justiça havia negado o relaxamento da prisão. Além de questionar a prisão preventiva, a defesa de Bezerra também entrou com pedido de prisão domiciliar em razão da idade e do estado de saúde dele. Em decisão do dia 19 de março, a desembargadora Denise Bonfim, do Tribunal de Justiça do Acre, negou. O g1 não conseguiu contato com a defesa. “O paciente não faz jus à prisão domiciliar, tendo em vista que não preenche os requisitos necessários para tal benefício, em razão de não ter 80 anos, bem como não ter demonstrado nos autos o seu real estado de saúde”. Réus A 1ª Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Rio Branco recebeu denúncia contra sete suspeitos pela morte do ex-prefeito de Plácido de Castro Gedeon Barros e tornou réus por homicídio qualificado. A informação foi confirmada ao g1 no dia 24 de janeiro pela assessoria de comunicação do Tribunal de Justiça do Acre (TJ-AC). Confira abaixo os denunciados no caso e o que é atribuído a cada um deles: Carmélio da Silva Bezerra e Liomar de Jesus Mariano - apontados como mandantes do crime. Também responderão por coação no curso do processo; Clebson Rodrigues do Nascimento e Weverton Monteiro Oliveira - apontados como responsáveis pela contratação dos executores; Antônio Severino de Souza - apontado como responsável por repassar informações sobre Gedeon Barros e contribuir para a emboscada; João da Silva Cavalcante Junior e Sairo Gonçalvez Petronilio - o primeiro é apontado como condutor da motocicleta utilizada no crime, e o segundo é apontado como autor dos disparos contra Barros. Também responderão por homicídio por motivo torpe e com recurso que dificultou defesa da vítima; O g1 não conseguiu contato com as defesas dos réus. Bezerra e Mariano foram presos em Plácido de Castro, interior do Acre, e na Estrada Transacreana, zona rural de Rio Branco, no dia 20 de dezembro. A operação policial ocorreu em três cidades acreanas. Um terceiro envolvido, que já estava preso, também foi alvo da ação. No processo, a Justiça destaca que um dos envolvidos fez uma delação premiada e entregou os demais suspeitos do crime. Segundo o delator, 'os mandantes do crime seriam um agiota residente do município de Plácido de Castro e um boliviano, em virtude de uma dívida que a vítima teria com estes'. Ainda de acordo com o relato do suspeito, Carmélio da Silva Bezerra, vulgo Véio, e Liomar de Jesus Mariano, vulgo Mazinho, que em conformidade com o declarado pelo delator estavam presentes em várias oportunidades durante as reuniões de planejamento do crime'. Prefeito Gedeon Barros foi morto em 20 de maio de 2021 Arquivo pessoal O delator diz também que a ideia inicial era de que crime parecesse um latrocínio, roubo seguido de morte, para que a polícia não chegasse aos mandantes. Ao analisar o pedido de soltura para Carmélio Bezerra, o juiz de Direito Danniel Gustavo Bomfim destacou que o 'pedido da "pena restritiva de liberdade" formulado pelo advogado não encontra qualquer lógica nesse momento, eis que se trata de prisão provisória e estando os autos ainda em instrução, não havendo qualquer pena imposta, apesar do que alega o requerente'. Além disso, o magistrado destaca a gravidade do crime e a garantia de manter a ordem pública. "Diante desse panorama até então obtido pela investigação, evidente a presença do pressuposto da garantia da ordem pública, pois a motivação acima exposta em que denota-se o alto poder financeiro dos criminosos, por si só, causa insegurança, temor e instabilidade na sociedade visto que o alto grau de premeditação e planejamento do crime em tela demonstra terem os mesmos experiência e influência no cenário criminoso, detendo de meios suficientes a, inclusive, determinar uma tentativa de assassinato dentro de um estabelecimento criminal apenas com o intuito de queimar o arquivo vivo, que é o delator", diz. O g1 não conseguiu contato com a defesa de Carmélio Bezerra. Vítima devia dinheiro para ex-secretário de esportes De acordo com o processo, Gedeon devia R$ 130 mil a Mazinho Mariano, um dos presos pela Polícia Civil. Mazinho era aliado político de Gedeon, tendo, inclusive, disputado as Eleições 2020 como candidato a vice na chapa do ex-prefeito. O suspeito também atuou como secretário de esporte de Plácido de Castro. Em fevereiro de 2021, três meses antes de Gedeon ser assassinado a tiros em Rio Branco, Mazinho entrou com uma ação monitória na Justiça contra o ex-prefeito e a mulher dele, Maria Lúcia Dias da Silva Barros. No processo, Mazinho Mariano alegou que o casal devia R$ 102.620,37, decorrentes de negociações relativas à compra e venda de produtos entre eles em 2017 e tendo uma nota promissória entregue para ele como garantia de pagamento. Mazinho se diz inocente O advogado Wellington Silva confirmou que Mazinho Mariano e Gedeon eram amigos e ele colaborava com as investigações desde o início. Ainda segundo a defesa, Mazinho apresentou dados bancários, telefônicos e outros solicitados pela polícia ao longo das investigações. A defesa alega que Mazinho é inocente e chamou a prisão de injusta. "Inclusive, apresentamos petições pedindo oitivas e depoimentos para que o Mazinho pudesse colaborar no que fosse necessário. Nos disponibilizamos para apresentar o celular dele voluntariamente para que fosse periciado, quebra de sigilo bancário, telefônico, apresentamos tudo. Então, essa prisão é totalmente absurda porque era investigado colaborador. Ele soube que o nome era investigado na imprensa e por conversas no município, então, já me constituiu e começamos a colaborar no inquérito, o delegado anterior tinha uma linha de raciocínio que tinha o Mazinho como colaborador. Fomos surpreendidos com essa prisão preventiva. Ele é inocente, é uma prisão de um inocente, injusta. Vamos provar isso", afirmou. Gedeon Barros foi morto dentro do carro Eldérico Silva/Rede Amazônica Acre Reveja os telejornais do Acre

FONTE: https://g1.globo.com/ac/acre/noticia/2024/03/27/carmelio-da-silva-bezerra-e-um-dos-suspeitos-presos-desde-20-de-dezembro-do-ano-passado-e-e-apontado-como-um-dos-mandantes-gedeon-barros-foi-executado-a-tiros-na-manha-do-dia-20-de-maio-de-2021-no-bairro-santa-ines-no-segundo-distrito-de-rio-branco.ghtml


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